A Depressão Resistente ao Tratamento é definida pela ausência de resposta clínica significativa após o uso adequado de pelo menos dois Antidepressivos distintos, em dose e tempo apropriados. Essa condição representa um desafio crescente para a Saúde Mental no Brasil.
Dados do estudo observacional multicêntrico TRAL (Treatment-Resistant Depression in Latin America) indicam que a prevalência de DRT entre pacientes com Transtorno Depressivo Maior no Brasil é de 40,4%, a mais alta entre os países latino-americanos avaliados . Essa taxa supera a média regional de 29,1%, evidenciando a necessidade urgente de atenção especializada.
Pacientes com Depressão Resistente ao Tratamento frequentemente enfrentam sintomas persistentes, comprometimento funcional e maior risco de suicídio, com grande prejuízo em qualidade de vida.
Estratégias terapêuticas como a Estimulação Magnética Transcraniana, a Terapia Eletroconvulsiva e, mais recentemente, o uso de Cetamina e Escetamina em ambiente controlado, são as terapêuticas mais adequadas para esses quadros.
No contexto brasileiro, desafios adicionais incluem o subdiagnóstico, a estigmatização e a limitação no acesso a tratamentos especializados.
É fundamental ampliar o debate público e científico sobre a Depressão Resistente ao Tratamento, promovendo políticas de saúde que contemplem desde a capacitação profissional até a oferta de tratamentos modernos e eficazes, sobretudo em nosso país, onde sua presença é muito alarmante.
Referências
- Rush et al. Acute and longer-term outcomes in depressed outpatients. Am J Psychiatry. 2006
- Soares B, et al. Prevalence and Impact of Treatment-Resistant Depression in Latin America: a Prospective, Observational Study. Psychiatr Q. 2021
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